Eras jovem não te bastava o amor
teus grandes olhos não bastavam.
O rio, as escadarias do rio -um rio apaixonado ou sujo
lembrado com amor, odiado ou simplesmente recordado
-Uma infância sem fim
alguns nomes e essa primitiva ou heróica maneira de querer.
Não bastavam as mulheres penetrando teu corpo penetrado.
Minucioso. Mil carícias detinham teu corpo.
Os maus pensamentos não bastavam.
Acreditavas que o amor era empurrar e revolver um pouco
revolver pelo menos até encontrar palavra
uma só palavra.
Uma tarde -o sol estava em toda parte
teu coração de sol até os olhos
teus olhos, teu jovem corpo iluminados
alegremente
pelo sol -surdo como uma tábua
te mataste de bronca.
MIGUEL OSCAR MENASSA
(obra de Vasco Prado)
FEITO A MÃO
Buscando no profundo do sistema, arranquei dizeres violentos
e cáusticas emoções, para voltar a encontrar-me com
Buscando no profundo do sistema, arranquei dizeres violentos
e cáusticas emoções, para voltar a encontrar-me com
algum homem que viva em mim.
Olho de soslaio uma estátua do passado que está ligada
a quietude enorme onde me foi impossível explodir.
Desconheço os sentidos fragmentados que a vida acaricia
entre vãs tormentas de amor, calculando o impossível.
Estala a curva dramática que envolve os acordes de meu canto.
Feito a mão e com muita intenção, hoje te canto esta canção
para curar as feridas.
LEANDRO BRISCIOLI
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