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sábado, 21 de fevereiro de 2009

TRAMONTANA


E agora dissipados os círculos de angústia
que recorriam o lago do coração
e aquele vasto estremecer da matéria
que se descolore e morre.
Hoje uma vontade de ferro varre o ar,
arranca os arbustos, maltrata as palmeiras
e no apertado mar escava
grandes sulcos de baba.
As formas fervilham no tumulto dos elementos;
é um uivo solitário, um bramidode existências rasgadas:
tudo destróia hora que passa:
cruzam a cúpula do céu
não sei se folhas ou pássaros
-e já não estão. E tu que te agitas entre os
dos ventos desenfreados
e apertas contra ti os braços cheios
de flores ainda não nascidas;
quão inimigos sentes os espíritos que à convulsa terra
sobrevoam em bandos, minha vida sutil, e quanto amas
hoje tuas raízes.
EUGENIO MONTALE

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